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Crianças realizam plantio para recuperar área degradada

No dia 28 de junho, a comunidade do bairro Campo Novo comemorou a recuperação de uma área até então degradada localizada na Estrada Cristiano Kraemer. O local, onde havia foco de descarte de lixo irregular (com retirada três ou quatro caminhões de resíduos por semana), foi revitalizado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) em parceria com os moradores, que participaram de trabalho de conscientização. Também para impedir novos descartes de lixo, crianças da Escola de Educação Infantil Ana Maltz Knijnik realizaram plantio de vegetais.
Atualmente, existem 368 focos de descarte irregular na cidade, número que foi reduzido em 20% desde janeiro 2013, quando havia 469 registros. Para realizar esta redução, o DMLU envolvimento as comunidades, por meio dos Centros Administrativos Regionais (CARs).

O Jornalecão - Um sonho de criança que completa 27 anos de existência

Conheça a história do jornal criado por duas crianças de 11 anos que se tornou um dos mais antigos de Porto Alegre


Cristian, Gustavo, Guilherme e Denis
 durante a produção de um dos primeiros exemplares

Por Gustavo Cruz da Silveira Jornalista e fundador de O Jornalecão


O Jornalecão nasceu no dia 10 de maio de 1987, mas sua história começou ainda no ano anterior, exatamente no dia 11 de novembro de 1986, quando os meninos e meninas da rua Oiampi (entre eles, eu) se organizaram para “construir” um campo de futebol. Levamos a coisa tão a sério que fizemos inclusive eleição e elaboração de estatuto. Dois dias depois, nos unimos em mais de dez meninos para ir pisotear o matagal de quase dois metros de altura de um terreno baldio da rua. O próprio jogo serviu para desmatar mais o campo pros jogos seguintes e para a estreia oficial, o jogo dos pais contra os filhos.


Revista ou jornal?

Com o sucesso da empreitada com o campinho, no dia 25 de abril surgiu a ideia de fazermos uma “revista da rua” para juntar dinheiro e comprar materiais como bolas, uniformes e tinta (para marcar as linhas do campo).  No dia seguinte, Cristian foi à minha casa com uma nova ideia, que aprovei na hora:  ao invés de uma revista, fazer um jornal.
Eu e Cristian achávamos que o nome deveria ter alguma relação com a rua, já que nosso público-alvo eram os vizinhos. Foi então que ele sugeriu o nome Diário da Oiampi. A edição seria “xerocada” e dobrada ao meio, para depois ser vendida aos vizinhos. Decidimos que metade do lucro seria destinado para o campinho e a outra metade seria para pagar as próximas edições. Os amigos iriam colaborar com matérias, desenhos, etc. A primeira equipe contou, além dos fundadores, com os vizinhos Fabrício, Quinho e Denis (irmão do Cristian) e Guilherme (meu irmão), esses dois últimos então com apenas 9 anos de idade, enquanto os outros tinham no máximo 11.


Planejando o lançamento

A ideia era lançar a primeira edição do jornal no Dia das Mães, que, em 1987, caiu no domingo de 10 de maio, então tínhamos pouco tempo. Nessa época, para encontrar uma máquina da Xerox era necessário ir até o Centro da cidade, e nós, crianças, não tinhamos autorização para isso. Por isso, a mãe do Cristian, Dona Rúbia, doou a impressão dos 5 primeiros exemplares. Além do primeito exemplar, que foi entregue justamente para Dona Rúbia, por ser nossa primeira apoiadora, tínhamos certeza de vender também para meus pais, o que já representava 40% das vendas.


A hora da verdade

Após montar os exemplares, com 12 páginas cada, a edição começou a ser distribuída depois das 22h daquele 10 de maio de 1987. Nós já tínhamos vendido os exemplares para nossos pais, mas ainda tínhamos que vender os outros três naquela mesma noite. Afinal, era uma edição especial de Dia das Mães.
Rapidamente, saímos para oferecer o jornal para os vizinhos de porta em porta. Depois de brevemente afinarmos nosso discursos, batemos na primeira casa, de Cláudio Wolf, pai do Quinho, um dos colaboradores do jornal. Como era a primeira venda fora de nossas casas, ficamos um pouco tímidos. Apesar de ter oferecido o jornal olhando pra baixo, mesmo assim, ele gostou e pagou os 5 cruzados, tornando-se, assim, o primeiro cliente conquistado “fora de casa”. Era o incentivo que precisávamos para ganhar confiança para as próximas vendas e então vendemos outro exemplar na casa da Letícia e da Carolina, após pularmos o muro (naquele tempo, a maioria das casas não tinham cercas e os muros eram baixos).


Uau, 50 cruzados!

Faltava apenas um exemplar e o nosso aproveitamento era de 100%, com vários vizinhos pra visitar ainda. Estávamos empolgados! Apesar do horário, vimos as luzes acesas na casa de Pedro Opazo e Eugenia Aguillera, pais da Paula e da Carolina, e batemos. Foi então que, além de atingir nossa meta com a última venda, ganhamos também um incentivo extra e inesperado. Depois de elogiar muito a nossa iniciativa, Seu Pedro pegou uma nota de 50 cruzados, dez vezes mais que o valor pedido (quantia na época equivalente a, aproximadamente, 1 dólar), o que  garantiu outras edições do jornal


Outros vizinhos pediam

 Nos dias seguintes ao lançamento, os vizinhos que não conseguiram comprar a edição do nosso jornal ficaram cobrando, dizendo que também queriam um exemplar, o que tornou necessário imprimir novas cópias o mais rápido possível. Imprimimos mais quatro exemplares da primeira edição, com parte do dinheiro da primeira noite de venda, mas já era certo que nas próximas quinzenas precisaríamos de mais exemplares. Na segunda edição, uma das vizinhas, Dona Candida, doou os exemplares, o que nos garantiu um ganho extra, aí começamos a pensar em fazer mais edições para sobrar mais dinheiro pro nosso “estádio”.


A 1ª equipe e os coirmãos

Fazer mais edições exigia mais mãos. Denis, irmão do Cristian, e meu irmão, Guilherme, ambos com 9 anos, foram os colaboradores que permaneceram. Por isso, como forma de incentivo, foram “promovidos”, pois já nessa época uma das realidades dos jornais de bairro se fazia presente: tem que saber fazer tudo: arte, matérias, vendas, distribuição...
O sucesso do jornal levou os nossos antigos colaboradores a fazer outro jornal da rua: Fabrício se uniu ao Leandro para lançar o Jornal da Oiampi e o Henrique (Quinho) criou com o Alessandro o Correio da Oiampi. A “concorrência” com outros jornais na Rua Oiampi durou menos de dois meses, pois os coirmãos logo pararam de circular. Mas isso nos fez planejar um pouco o crescimento. Produzimos mais exemplares, que foram divididos entre os quatro integrantes da equipe e cada um vendia sua parte, o que fez o jornal se expandir para outras ruas.


Mudando de nome

A cada edição, mais vizinhos do Guarujá e, depois, de outros bairros pediam o jornal, por isso sentimos a necessidade de mudar de nome, já que havíamos definitivamente alcançado além da nossa rua. Planejamos a mudança de nome para maio de 1989, quando se completaria dois anos de circulação, e escolhemos O Jornalecão, porque nosso jornal se tornou “um grande jornal pequeno”.


Mudando a fotografia

Denis deixou de integrar a equipe de O Jornalecão no início de 1989, depois que a família se mudou para o Menino Deus. Seu irmão mais velho, Cristian, por ser fundador, ainda continuou mais alguns meses, quando decidiu sair pra se preparar para a carreira de médico, que exerce atualmente. Outros dois que se somaram depois, Marcelo e Paula, também saíram naquele mesmo ano, assim como Guilherme, que retornou anos depois e permanece até hoje.
Foi nessa época que conheci um leitor de O Jornalecão que veio a se tornar meu amigo e sócio, Rafael Queiroz, que trouxe várias ideias novas. A parceria durou pouco, mas o suficiente para me reanimar a continuar a caminhada. Depois, em 1991, se apresentou uma nova parceria, com outro amigo, Frederico (Ico), que também durou pouco. E a bola voltou novamente para mim. Decidido a não largá-la mais, formei-me em Jornalismo pela PUC, em 2000. Meu trabalho de conclusão falou, obviamente, sobre jornais de bairro, o que me levou a uma grande descoberta: já na década de 50, a Zona Sul contava com um jornal de bairro, o mais antigo da cidade (ver matéria na página 13).


O presente

Nesses 27 anos que se passaram, nosso compromisso com a comunidade, que desde o ínicio nos acolheu, só se fortaleceu, fazendo de O Jornalecão, com muito orgulho, um dos jornais de bairro mais antigos de Porto Alegre. E que venham muito mais anos pela frente! Obrigado, vizinhos, pelo reconhecimento do nosso trabalho! Permaneceremos à disposição de vocês!

Jornais de bairro completam 60 anos de história em Porto Alegre

O início da história de luta dos jornais de bairro em Porto Alegre remonta há exatos 60 anos, em 1954. Criados inicialmente apenas com o apoio dos moradores e empresários da região e desenvolvidos através da perseverança e idealismo de alguns pioneiros, os jornais de bairro vêm, há seis décadas, construindo e fortalecendo a cultura de sua região, demostrando na prática que é possível crescer e se manter independente mesmo quando o mercado financeiro, cada vez mais competitivo e globalizado, tem dificuldade para entender o caráter comunitário e, portanto, local desse tipo de veículo de comunicação.
Atualmente, Porto Alegre conta vários destes exemplos: alguns jornais pioneiros – criados com a intenção de noticiar para a vizinhança os fatos de seu cotidiano que não têm espaço na grande mídia – mostraram o caminho para os mais modernos e, atualmente, temos inúmeros exemplos de jornais criados pela comunidade, alguns com 25 anos ou mais de existência (veja tabela ao lado), e o que é melhor: fortalecendo a cultura local e levando informação a todos, de forma gratuita.


Jornais de bairro mais antigos de Porto Alegre 
(em circulação)


O Cristóvão - fundado em 1985 (29 anos)
O Jornalecão - fundado em 1987 (27 anos)
- fundado em 1988 (26 anos)
Destak - fundado em 1990 (24 anos)
CS Zona Sul - fundado em 1990 (24 anos)

A diferença entre um jornal de bairro e um jornal segmentado

A história dos jornais de bairro e dos segmentados se confunde e, para o leitor final, quase não se diferenciam, já que ambos veículam noticias da região e são distribuídos gratuitamente. No entanto, existem algumas características que diferenciam um e outro: jornal de bairro é um veículo destinado à comunidade de uma determinada região, enquanto os jornais segmentados são dirigidos a um público específico (cultural, esportivo, etc.).

Porto Alegre: a cidade dos jornais de bairro

Nos anos 90, o desenvolvimento dos jornais de bairro teve grande impulso em Porto Alegre. Dezenas de publicações foram lançadas. Neste período, a Prefeitura passou a desenvolver uma política de incentivo às publicações comunitárias, o que fortaleceu os veículos já existentes e deu segurança para outros empreendedores que fundavam novas publicações. O Jornal Bela Vista, o Fala Bom Fim e o Jornal do Centro são exemplos de jornais criados neste período e que já completaram mais de 15 anos de circulação.
Em 1998, quando foi fundada a Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre (Ajob/Poa), a cidade contava com aproximadamente 45 jornais de bairro. Mais tarde, em 2004, a entidade que congrega jornais porto-alegrenses há 16 anos passou a incluir os jornais segmentados e adotou a sigla (Ajob/Rede Jornal).

Zona Sul: o berço dos jornais de bairro

Desde a década de 80, o Ipanema é considerado o primeiro de Porto Alegre a contar com um jornal de bairro: O Bairrista, fundado por André Jockyman e Assis Hoffman em 1984, foi considerado o mais antigo até o ano 2000. Até que o pesquisador Hélio Ricardo Alves, morador de Ipanema “descobriu” a existência anterior dos jornais SABIdo e O Colméia (ver matéria na página ao lado).
No final dos anos 80, após O Bairrista parar de circular,  surgiram outros jornais de bairro na Zona Sul, dos quais três circulam até hoje: O Jornalecão (de 1987), que completou 27 recentemente, o CS Zona Sul e o Destak (ambos fundados em 1990), que se aproximam dos 25 anos de circulação.
A Zona Sul conta ainda com outro jornal fundado ainda no século 20, o jornal Conquista (jornal do Clube de Mães Nossa Senhora das Graças), fundado em 1969, já completou 43 anos de circulação em novembro e segue em circulação na Tristeza. Por ser um jornal mais focado nas informações, acontecimentos e ações do Clube das Mães, o Conquista não é considerado um jornal de bairro, e sim um jornal segmentado, embora também tenha a entrega gratuita financiada por anúncios de empresas e profissionais da região e também possua algumas matérias relacionadas ao bairro. 

Outras regiões contam com jornais de bairro há três décadas

Nos anos 1980, outras regiões da cidade também começaram a desenvolver seus jornais de bairro. O Cristóvão, criado pela Associação Cristóvão Colombo em 1984, é o primeiro na cidade a completar 30 anos. Também em meados da década de 80, foram fundados o Cidade Norte e o Oi Menino Deus, mas ambos não estão mais em atividade. Até o final da década de 80, surgiram outros jornais em Porto Alegre, entre os quais o Já, que ainda circula atualmente.

SABIdo: uma experiência pioneira

Até o início do ano 2000, o jornal de bairro mais antigo de Porto Alegre do qual se tinha notícia era de 1984. Mas, na verdade, este tipo de publicação já existia desde 1954, quando Odemar Ferlauto e a SABI – Sociedade Amigos dos Balneários de Ipanema fundaram o SABIdo, financiado por anunciantes, com notícias e solicitações da comunidade e editado por um morador, que não era jornalista (assim como a maioria dos fundadores de jornais de bairro que vieram depois dele).
O jornal circulou por cerca de um ano e meio com cerca de 500 exemplares distribuídos nos bairros Ipanema, Espírito Santo e Guarujá, mas parou de circular e nenhum exemplar remanescente foi encontrado até hoje. Os que estavam arquivados na SABI foram extraviados e nenhum exemplar foi salvo pelos associados da entidade ou moradores da época. O que se sabe é que foi esta experiência que influenciou a criação de um novo jornal de bairro, o Colméia, em 1967, novamente com Odemar Ferlauto, dessa vez pela Associação Comunitária e Assistencial de Ipanema (Ascai).

Pesquisador do bairro Ipanema revelou a saga dos jornais pioneiros

A história pioneira do SABIdo e do Colméia foram resgatadas por Hélio Ricardo Alves, morador do bairro Ipanema, que anunciou no Colméia e guardou dois exemplares, o número 1 e o número 6. Em um deles, o editor Odemar Ferlauto, um verdadeiro pioneiro da comunicação local, faz referência ao SABIdo, explicando que a proposta seguia o que já era feito em 1954 em benefício dos moradores de Ipanema.
Os dois exemplares guardados por mais de décadas resgatariam 30 anos até então desconhecidos da trajetória dos jornais de bairro. A partir deles foi possível comprovar que o hábito da comunidade se retratar por um jornal feito por seus moradores já era prática desde 1954. As páginas do Colméia que resistiram ao tempo mostram nas edições de 1967 as mesmas características das publicações dos jornais de bairro fundados muitos anos depois e que hoje servem de base para que comemoremos os 60 anos do primeiro jornal de bairro de Porto Alegre.
O senhor Hélio hoje já é falecido, mas naquela época arquivava o que considerava importante para pesquisar e escrever sobre o bairro Ipanema, o que passou a fazer com mais intensidade quando se aposentou. Ao saber que a história dos 15 anos dos jornais de bairro em Porto Alegre seria o tema do trabalho de conclusão de curso de Jornalismo de Gustavo Cruz da Silveira, editor de O Jornalecão, do qual era colaborador e assinante, se deu conta de que tinha em mãos uma informação que poderia ser importante para a história da comunicação na cidade.
A revelação de Hélio Ricardo Alves também tornou possível localizar e conversar com o fundador do SABIdo e do Colméia, Ferlauto, com leitores dos jornais e, também, com quem estava na época à frente da SABI, que permanece em atividade até hoje na mesma sede, na Avenida Guaíba esquina com a Rua Engenheiro Coelho Parreira, reconhecida agora como o berço dos jornais de bairro porto-alegrenses. 

O Jornalecão também faz aniversário: 27 anos a serviço da Zona Sul


No dia 10 de maio de 2014, O Jornalecão comemorou seu 27º aniversário. Nesta data, em 1987, os fundadores do jornal, Gustavo Cruz da Silveira e Cristian Stein Borges, na época com 11 anos de idade, começaram a vender os exemplares da primeira edição para os vizinhos da Rua Oiampi, no bairro Guarujá. O objetivo inicial era arrecadar recursos para o campinho de futebol que os meninos e meninas da rua estavam construindo em um terreno baldio. Logo nas primeiras edições, eles contaram com o apoio dos pais, irmãos e amigos na elaboração, na impressão em fotocópia (xerox) e dos vizinhos, que compravam os primeiros exemplares.
Na época, os fundadores e os primeiros apoiadores do jornal sequer imaginavam que O Jornalecão se tornaria, nas décadas seguintes, referência em comunicação comunitária, um dos jornais de bairro mais antigos em circulação na capital gaúcha e porta-voz da comunidade da Zona Sul de Porto Alegre.

Lei de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias é sancionada

A descentralização de verbas de publicidade do Legislativo, Executivo e Judiciário do Rio Grande do Sul, finalmente, deu um pequeno passo em direção à concretização da democratização da comunicação. No dia 8 de abril, a Assembleia Legislativa aprovou, por unanimidade, o projeto de lei 159/2012, de autoria do deputado Aldacir Oliboni, que institui a Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias, e, no dia 22 de maio, o governador Tarso Genro sancionou a nova lei, que prevê, entre outros avanços, a sugestão de um percentual mínimo de 20% das verbas publicitárias dos três poderes gaúchos para pequenos veículos de comunicação. Apesar de ainda necessitar de regulamentação para entrar em vigor, a nova lei foi comemorada pela Associação dos Jornais de Bairro e Sergmentados (Ajob/Rede Jornal), que há mais dez anos solicita ao Governo do Estado a criação de uma política para os veículos comunitários da capital.
O projeto inicial previa a destinação de 10% dos recursos, mas emenda do próprio deputado Oliboni ampliou este índice para 20%, o que ainda é considerado pouco para os veículos comunitários, em função da não inclusão de parte destes na programação do Governo do Estado em 2013. Outras emendas contemplaram a inclusão dos veículos de caráter comunitário no texto da lei e a obrigatoriedade de um jornalista que seja responsável pela programação veiculada em jornais (as rádios e TVs comunitárias estão isentas desta obrigação).
Uma das razões da apresentação do projeto de lei é o fato de que, nos últimos anos, quatro grandes grupos de comunicação receberam a maior parte das verbas, o que, historicamente, vem dificultando o desenvolvimento de outras importantes mídias, como jornais de bairro, segmentados e rádios comunitárias, por exemplo. Em 2013, por exemplo, o Executivo estadual investiu, em média, por tipo de mídia, entre 5% e 10% em veículos locais, regionais e comunitários, enquanto mais de 80% foram destinados a veículos pertencentes aos quatro grandes grupos de comunicação do Rio Grande do Sul. Para se ter uma ideia, no ano passado, não houve investimento do Governo do Estado em jornais de bairro da capital gaúcha, apesar de, juntos, somarem mais de 200 mil exemplares distribuídos a cada mês na cidade, democratizando a comunicação para todas as classes sociais gratuitamente.  
Os objetivos da instituição de uma Política de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias, além de fortalecer os pequenos veículos de comunicação, são ampliar a transparência na Administração Pública e democratizar o fluxo das informações direcionadas à população. Desta forma, a legislação contempla periódicos, jornais e revistas impressas, com tiragem entre 2 mil e 20 mil exemplares, editados sob responsabilidade de empresário individual, micro e pequenas empresas, desde que possuam jornalista responsável pela publicação (entre outras exigências) e veículos de radiodifusão local (rádios comunitárias), devidamente habilitados em conformidade com a legislação brasileira.
Para deputado Oliboni, a nova lei, que foi elaborada após amplo debate sobre o projeto de lei promovido com todos os setores da comunicação desde 2012, é um passo inicial, pois partilha das verbas publicitárias dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo é um dos pontos por que passa o debate da democratização da comunicação. “Entendemos essa aprovação como uma vitória, mas sabemos que há muito o que avançar”, destacou.
  
Para conferir o texto do Projeto, justificativa, íntegra das emendas e placar de votação, acesse:

 http://tinyurl.com/kyxfyh6

Associação dos Jornais de Bairro e Segmentados completa 16 anos


Com o incentivo da Prefeitura de Porto Alegre (grande apoiador e principal cliente dos jornais de bairro desde a década de 90), editores se uniram para garantir o fortalecimento destes veículos com a fundação da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre (Ajob/Poa), criada há 16 anos com o objetivo de defender dos veículos comunitários e as comunidades atendidas por eles. No início, em 1998, a entidade teve como primeira presidente a jornalista e professora Beatriz Dornelles (maior especialista do RS no assunto) e recebeu apoio da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), que fiscalizou a tiragem dos jornais associados e emitiu selo de comprovação da tiragem, o que foi um marco no período.
Em 2003, na gestão do jornalista Gustavo Cruz, editor de O Jornalecão, a entidade adere ao Programa Redes de Cooperação, da Prefeitura, e passa a incluir os jornais segmentados (destinados a um segmento, por exemplo, a cultura), além de mudar sua denominação para Associação dos Jornais de Bairro e Segmentados de Porto Alegre. No ano seguinte, 20 veículos lançam a marca Rede Jornal, que passa a ser a sigla da entidade, utilizada até os dias de hoje. O trabalho cooperativo entre os jornais de bairro e segmentados teve continuidade sob o comando dos presidentes Roberto Corrêa Gomes e Kátia Escobar, que não concluiu o mandato por ter falecido na trágica queda do avião da TAM, em 2007, em São Paulo.
Atualmente presidida pelo jornalista Elmar Bones, a Ajob/Rede Jornal prossegue sua missão em prol da comunicação e completa 16 anos em junho, congregando alguns dos mais antigos jornais de bairro de Porto Alegre (O Cristóvão, O Jornalecão, Já, Jornal do Centro, Jornal Bela Vista e Fala Bom Fim) e também os segmentados Usina do Porto e Sprint Final.

Verdades e mitos sobre aparelhos ortodônticos

Nesta entrevista exclusiva para O Jornalecão, o Dr. Leandro Cardoso (CRO-RS 21770) esclarece algumas das principais dúvidas dos pacientes sobre a utilização de aparelhos ortodônticos.

O Jornalecão: É verdade que se pode optar por usar aparelho fixo ou móvel?
Dr. Leandro Cardoso: MITO. Cada paciente tem a sua necessidade, e somente o dentista poderá lhe indicar qual tipo de aparelho será necessário.

O Jornalecão: É verdade que em alguns casos, para a colocação do aparelho, é preciso extrair dentes?
Dr. Leandro Cardoso: VERDADE. Em alguns casos realmente é necessário extrair um ou mais dentes para que o tratamento saia como o esperado, mas sempre visando ao bem estar e à saúde do paciente.

O Jornalecão: É verdade que somente crianças e adolescentes podem colocar aparelho?
Dr. Leandro Cardoso: MITO. Pessoas de todas as idades podem e devem colocar aparelho se tiverem indicação do seu dentista. Consulte seu dentista e veja se você precisa do tratamento ortodôntico.
O Jornalecão: É verdade que quando se usa aparelho é preciso ter mais cuidado com a limpeza dos dentes?
Dr. Leandro Cardoso: VERDADE. Quando se utiliza aparelho ortodôntico, você precisa de um cuidado especial para limpeza, estes cuidados serão explicados pelo seu dentista.

Também é importante fazer uma limpeza no dentista pelo menos uma vez a cada três meses.

EDITORIAL – Edição 224 – Maio 2014

O Jornalecão, 27 anos do jornal de toda a Zona Sul

São 27 anos de circulação, 224 edições lançadas, mais de 2.500 páginas e de 2 milhões de exemplares distribuídos na Zona Sul de Porto Alegre desde sua fundação. Estes são apenas alguns dos números que resumem a trajetória de O Jornalecão, um dos mais antigos jornais de bairro em circulação na cidade. Hoje reconhecido porta-voz da comunidade da região, onde é distribuído mensalmente de forma gratuita, O Jornalecão é produzido e apoiado por moradores e financiado por empresários e profissionais liberais da região interessados em fortalecer a comunidade e a cultura local.
Mas o que talvez alguns não saibam é que a história do jornal, que começou em 1987, foi iniciativa de duas crianças, então com 11 anos de idade - Gustavo Cruz da Silveira e Cristian Stein Borges -, com o objetivo inicial de arrecadar dinheiro para arrumar o campinho de futebol da sua rua. Ninguém imaginava então que ali estava sendo criado aquele que seria, no futuro, um dos principais e mais antigos jornais de bairro de Porto Alegre.
Mesmo quando, um tempo depois, as crianças perderam o interesse no campinho que justificou a criação do jornal, a ideia já estava plantada e o embrião do que seria O Jornalecão continuou crescendo.
Cada vez mais vizinhos queriam comprar o jornal e a ampliação foi natural. Talvez aquela união infantil temporária em prol do campinho tenha acontecido para justificar a criação de O Jornalecão, para que este cumprisse a sua missão de informar e lutar pelos interesses da comunidade da Zona Sul nestes 27 anos, passando de um jornal da Rua Oiampi para um jornal do Guarujá e, posteriormente, também dos bairros vizinhos, até se tornar um jornal feito para a Zona Sul inteira, com participação efetiva dos moradores.
Nesta edição do 27º aniversário, O Jornalecão presenteia seus leitores com um caderno especial sobre a história dos primeiros anos do jornal, contada por um de seus fundadores, Gustavo Cruz, editor do jornal desde que tinha 11 anos. Estas páginas especiais também são dedicadas aos 60 anos dos jornais de bairro em Porto Alegre, uma saga que começou lá em 1954 quando Odemar Ferlauto e a Sociedade Amigos dos Balneários de Ipanema (SABI) lançaram o SABIdo, destinado aos bairros Ipanema, Espírito Santo e Guarujá - o primeiro jornal de bairro da cidade. Convidamos vocês a conhecer estas histórias e a de outros jornais de bairro que há décadas atuam em todas as regiões e sua luta pela democratização da comunicação.
E, de quebra, também tem mais novidades: a área de abrangência foi ampliada para 21 bairros, facilitando o acesso de mais leitores em toda a Zona Sul. Além disso, para contemplar a comunidade, que está aumentando os pedidos para espaço de divulgação em O Jornalecão, o número de páginas foi ampliado para que o leitor seja beneficiado com mais notícias da nossa região.

O Poderoso Lanches chega à maioridade com dois pontos na Cavalhada

Gustavo Cruz/O Jornalecão
O Poderoso Lanches está sediado na 
Rua Dr. Pereira Neto, 1915 e ambém na Rua Liberal, 3151
Uma das mais tradicionais lancherias da Zona Sul, O Poderoso Lanches está festejando o aniversário de 18 anos com dois pontos de atendimento e também com a telentrega para toda a região pelos fones 3248.8770 e 3012.8547 (na loja da Rua Liberal, 3151) e 3028-4121, 3263-3556 e 8508-3703 (na Rua Ladislau Neto, 1915). O empreendimento teve início em 1996 com uma carrocinha de cachorro-quente, com Herny (já falecido) e seu neto Denílson Fonseca, atual administrador.
No cardápio, são oferecidas opções de refeições como carreteiros, a la minuta (com vários tipos de carne), bauru, cachorro-quente e xis burguer. Entre os destaques, estão xis diferenciados, como sabores pizza, portuguesa, espanhola e strogonoff (este com recheio por dentro e fora do pão). Outra característica dos lanches O Poderoso é a opção de inclusão de recheios adicionais em qualquer lanche, em sabores como alho e óleo, acebolado, palmito e queijos gorgonzola, catupiry, provolone e cheddar, entre outros.
Na matriz da Rua Liberal, 3151 (próxima ao Zaffari Cavalhada), o horário de atendimento vai das 11h às 24h, de segunda a sábado. Já no domingo, das 18h às 24h. Já a filial da Rua Dr. Pereira Neto, 1915, esquina com a Rua João Mora, está aberta ao público de terça a domingo, das 18h às 24h.

Agafarma agora conta com Cartão Fidelidade


Os clientes da Agafarma ganharam uma vantagens extra ao comprar seus medicamentos: o Cartão Fidelidade, que oferece descontos de 5% a 30%. Para ter este benefício é só fazer a solicitação, sem pagar nada por isso. E na Agafarma Juca Batista (Avenida Juca Batista, 2205), além dos descontos nas compras, há uma comodidade extra: as instalações foram ampliadas e o estacionamento próprio foi ampliado após a mudança de endereço. No novo espaço, a Agafarma passou a oferecer um ambulatório equipado para realizar serviços farmacêuticos e medição da pressão arterial gratuitamente e também com a ampliação do horário de atendimento da telentrega (fone 3246-1855), agora das 8h às 23h, com atendimento da equipe de teleatendimento, devidamente treinada para receber os pedidos de produtos farmacêuticos e cosméticos e explicar as promoções e descontos oferecidos.

Kely Hair Company: anfitriã da 1ª confraria

A anfitriã da 1ª Confraria do Clube de Vantagens Zona Sul foi a Kely Hair Company, sediada na Avenida Juca Batista, 1700, loja 103, em um espaço amplo onde atuam 18 profissionais especializados em diversas áreas (esteticistas, cabeleireiros, podologistas, massagistas, manicures, pedicures, etc.). Além de uma grande variedade de opções na área estética e da tradição de utilizar produtos de qualidade, a Kely Hair Company também oferece descontos especiais para clientes que utilizam os serviços oferecidos de forma contínua, como pacotes de reconstrução capilar, limpeza de pele, mãos e pés, massagem. A empresa, que iniciou as atividades em 2005 na casa da proprietária Kely Dutra e há oito anos está no na sede atual, atende todos os dias da semana, inclusive domingos, das 8h às 20h.
Kely é uma das criadoras do Clube de Vantagens Zona Sul e considera que está sendo muito produtiva a participação da empresa no grupo. Além de fazer novos amigos, destaca que aumentou o leque de clientes.

Zona Sul perde padre Antônio Lorenzatto



Foram 69 anos de sacerdócio, interrompidos no dia 13 de maio. Neste data, dedicada a Nossa Senhora de Fátima, faleceu o padre Antônio Domingos Lorenzatto, 93 anos, que dedicou grande parte de sua vida religiosa para atender os fiéis da Zona Sul de Porto Alegre. O passamento do religioso foi assistido por Edson Borin, morador do bairro Ipanema, amigo do religioso e membro das equipes de Nossa Senhora, um movimento internacional de casais católicos.
Ordenado em 1947, três anos depois padre Antônio já estava na Zona Sul, atuando na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no Teresópolis. De 1959 a 1968, foi pároco na Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema, e, em 1969 e 1970, esteve à frente da Paróquia de Santa Rita de Cássia, no Guarujá, e também da Capela São Braz, na Ponta Grossa. Neste período, participou efetivamente das obras da Igreja Santa Rita, construiu a Capela São Braz e iniciou as obras da Capela Santa Luzia, na Avenida Juca Batista. Em 1971, o religioso se transferiu para o santuário da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Cascata, onde assumiu a capelaria do Hospital Divina Providência, junto à gruta, onde trabalhou por décadas. Em 1984, recebeu o título de monsenhor, mas continuou assinando como padre, por que foi isso que “quis ser na vida”. Desde 2010, quando foi morar no Lar Sacerdotal, continuou auxiliando na celebração de missa e, até o início deste ano, enquanto a saúde permitiu, participou das reuniões das Equipes de Nossa Senhora.
Padre Antônio Lorenzatto também era escritor. Entre suas obras, uma trata da Gruta de Porto Alegre, sediada no bairro Cascata, um dos pontos religiosos mais importantes da região.

Educandário prepara Festa Junina da Solidariedade

O dia 8 de junho, domingo, das 13h30 às 17h30, será de Festa Junina da Solidariedade no Educandário – Centro de Reabilitação São João Batista. A entidade está arrecadando doações de itens que serão utilizados no evento, como pipoca, amendoim, pinhão, ingredientes para bolo e cachorro quente, refrigerantes, copos descartáveis, guardanapos e brindes, para a festa realizada em benefício das crianças atendidas pela instituição, que necessitam de cuidados especiais. Os interessados em colaborar, além de comprar os produtos nas barracas, também podem ser voluntários e dar apoio no atendimento. Informações: 3246.5655 e secretaria@educandario.org.br

Brechó beneficente oferece roupas de inverno

Os jardins da Comunidade Luterana São Marcos, na Rua Sargento Nicolau Dias de Farias, 568 (ao lado da Praça Comendador Souza Gomes), no bairro Tristeza, sediam em 7 de junho, sábado, das 9h às 15h, um brechó beneficente com roupas de inverno a ótimos preços, aberto à comunidade.

Mais informações: 3268-1212.

A Voz do Leitor - Edição 224 - Maio 2014

Homenagem ao Supermercado Sanhudo!!

Maria Lucia Debom
Paulinho, Alexsandro, Miguelina, Lilian, Liliane, 
Dona Sueli Sanhudo, Rosangela, Cristiane, Rudnei
Ao super Sanhudo e a todos os seus dedicadíssimos funcionários, parabéns por estar completando mais um ano de trabalho e lutas. Dona Sueli se diz feliz por dedicar-se tantos anos ao comércio. Sorridente, garante que aqui, na Ponta Grossa, fez muitos amigos - somos quase uma família. Assim sendo agradecemos o carinho e o cuidado que todos os dias o super nos recebe, que Deus os abençoe por muitos anos!!

Maria Lúcia Debom - Moradora do bairro Ponta Grossa



Pra fazer a diferença


O Jornalecão nasceu, cresceu e expandiu-se por toda a Zona Sul de Porto Alegre. Recebemos-te sempre com um enorme carinho, com seus 27 anos, garantindo sempre um espaço para o leitor participar. Mas a grande diferença está na dedicação e no compromisso com a verdade. Tem tantos outros, falando tantas coisas, mas são só outras coisas.
O Jornalecão, todo mês com muitas novidades, basta abrir e desfrutar das oportunidades e negócios, enfim, totalmente  diversificado, e o mais importante: inofensivo; digamos que nem um agrotóxico te contaminou. Da capa à contracapa, todo o mês detalhadamente escolhidas. Também desfruta de um belíssimo e organizado blog para a praticidade do leitor. Não seria por menos que mais um ano completa.
Por fazer a grande diferença: a vocês, Gustavo Cruz, Adília, Valtor e Guilherme e toda sua grandiosa e abençoada equipe. Que Deus esteja sempre presente nas suas novas conquistas, e Nossa Senhora os acompanhe e proteja. Felicidades neste 28º ano de vida do tamanho do coração de cada um!!
Reflexão: “Cada um de vós ponha a disposição dos outros o dom que recebeu”

Maria Lúcia Debom - Moradora do bairro Ponta Grossa













27 anos de jornalismo comunitário e um grande presente


Aldacir Oliboni
Jornalista e deputado estadual (PT)

Este mês de maio é especial e ficará marcado para todos os que lutam pela democratização da comunicação. Comemoramos duplamente: no dia 10, O Jornalecão completou 27 anos; no dia 22, o governador Tarso Genro sancionou a Lei 14.541, de autoria do nosso mandato, que institui a Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias.
A “Lei das Mídias” indica que não menos de 20% das verbas publicitárias do Executivo, Legislativo e Judiciário sejam destinados a esse tipo de veículo. É uma legislação pioneira no Brasil e vem fortalecer os pequenos veículos de comunicação, ampliar a transparência na Administração Pública e democratizar o fluxo das informações direcionadas à população.
De acordo com dados disponíveis através da Lei de Acesso à Informação, em 2013, o Executivo Estadual investiu R$ 52,125 milhões em comunicação institucional. Em média, por tipo de mídia, entre 5% e 10% foram para veículos locais, regionais e comunitários. O restante (em torno de 95% a 80%), foi destinado aos veículos pertencentes aos grandes grupos de comunicação do Rio Grande do Sul.
Sabemos que, diferente das grandes empresas, jornais e rádios de âmbito local ou regional, muitas vezes de caráter comunitário, têm orçamento frágil. Por vezes, este fato data em um curto espaço de tempo a vida destes veículos. Neste sentido, a história d’O Jornalecão é também uma trajetória de resistência. É uma das tantas iniciativas que existem pelo Rio Grande do Sul que nos motivaram a criar a Lei 14.541. A comunicação é um direito, tal qual a saúde, a educação ou a segurança e, nesta missão, um veículo que conheça a realidade local deve ser reconhecido.
É desta forma que parabenizamos este jornal que há quase três décadas fala diretamente à comunidade da Zona Sul, com a propriedade de quem vive a realidade local. Mais do que isso, com o comprometimento de fazer jornalismo de maneira séria, ética e dedicada. Esperamos que a Lei 14.541 possa ser um bom presente de aniversário e que colabore para que tenhamos muitas décadas mais de leitura e informação.

“A causa animal é um sentimento que mexe com as pessoas”


Nesta entrevista para O Jornalecão, Lourdes Sprenger, primeira vereadora eleita pela causa animal em Porto Alegre, fala de suas bandeiras de luta como protetora e da importância do trabalho de ativistas e ONGs e voluntários, além de sua participação como cidadã moradora da Zona Sul.


O Jornalecão: Sua relação com a cidade começa pela Zona Sul?
Lourdes Sprenger: Sou moradora da Zona Sul há 35 anos. É uma relação madura e proativa com o bairro. Participo da associação de moradores e dou atenção como cidadã às demandas locais. Temos uma feira do livro que, a cada ano, cresce em número de visitantes; trabalhamos em conjunto na questão das áreas de servidão; conseguimos manter o posto de saúde da Tristeza funcionando, enquanto se realizava a sua reforma; agora, por exemplo, estou preocupada com um aspecto do Programa Integrado Sócio Ambiental (PISA), que não contemplou com saneamento (esgoto) os moradores da chamada Vila dos Pescadores (que vai do Clube Veleiros até o quartel dos Bombeiros, no bairro Vila Assunção), cujos dejetos estão sendo despejados sem tratamento no Guaíba. Isto significa continuidade de parte da poluição. Segundo a Prefeitura, até 2030.

O Jornalecão: E quanto à sua opção como protetora de animais...
Lourdes Sprenger: A causa animal é algo que emociona. É um sentimento que mexe com as pessoas. Gosto muitíssimo de animais. Crio seis cães e três gatos em casa. Também mantenho um cão numa clínica particular e, no momento, apadrinhamos um grupo de 16 cães para doação. Mas nossa tarefa constante é também facilitar as adoções, providenciando castrações, vacinas, alimentação...

O Jornalecão: Quais são seus próximos passos dentro da área política e da causa animal?

Lourdes Sprenger: Meu foco é exercer o papel de vereadora de Porto Alegre. Repito: estou política (minha profissão é auditora contábil) neste momento da minha vida para servir à cidade. Mas reconheço que o campo da causa animal é muito abrangente e que há tarefas a serem executadas no âmbito estadual e federal. Por exemplo: precisamos modernizar e atualizar os programas que recebem repasse de verbas públicas. Nestes programas precisamos incluir a esterilização. Isto quer dizer: mais controle populacional de animais de periferia. Falo de uma atualização que passa pela aprovação do novo Estatuto dos Animais, que está tramitando na Câmara Federal. São novas políticas de bem estar animal que vão auxiliar aos municípios.

Viaduto de acesso ao Beira-Rio está quase concluído

A Copa do Mundo se inicia no dia 12 de junho, mas  a populução poderá utilizar o Viaduto Pinheiro Borda antes do início da competição. Com isso, será facilitado o acesso dos moradores da Zona Sul à Avenida Edvaldo Pereira Paiva (também conhecida como Avenida Beira-Rio), com o trânsito seguindo sobre a Avenida Padre Cacique (no sentido bairro-Centro), o que facilitará o acesso de veículos vindos da Zona Sul à área central da cidade. O custo total da obra é de mais de R$ 26 milhões e o trecho tem extensão de 250 metros.

Sábado de Praia agita Ipanema de maio a dezembro

A promessa é de dias de muita diversão no Sábado de Praia, evento realizado pela Associação Brasileira de Esportes de Praia (Abep) e pela Sociedade Amigos dos Balneários de Ipanema (Sabi) que terá sua primeira edição no dia 31 de maio, com ação de limpeza da praia, presença de atletas renomados, minicompetições, aulas experimentais gratuitas e material esportivo e instrutores à disposição para prática de beach tennis, vela, stand up paddle, futevôlei, vôlei de praia, slackline, corrida, handbeach, skate, etc. Já estão confirmados os demais sábados de realização do evento: 28 de junho, 26 de julho, 30 de agosto, 27 de setembro, 25 de outubro, 29 de novembro e 13 de dezembro. As vagas são limitadas em cada dia. Informações e inscrições: 3062-5508 e abepraia@hotmail.com.

Prosseguem obras contra alagamentos no Campo Novo

A obra deverá ser concluída em 2015, porém, a comunidade do bairro Campo Novo aguarda com ansiedade o final da segunda etapa das obras de macrodrenagem que prometem o final dos alagamentos no bairro em dias de chuva forte. Com investimento estimado em, aproximadamente, R$ 1 milhão, serão implantadas redes pluviais em 823 metros da Rua Tomé Antônio de Souza, dando continuidade à obra que teve início em 2012. Também fazem parte da área na qual estão sendo implantadas as redes as ruas Colina, das Rosas e Abel Fortes, além do Beco do Paladino. Com a mudança, a água da chuva será captada e direcionada ao Arroio Capivara e, posteriormente, chegará ao Guaíba.

Troca de postes indica melhorias na energia elétrica

Gustavo Cruz / O Jornalecão
Aguardada ansiosamente pela comunidade da Zona Sul, a entrada em funcionamento de uma nova subestação da CEEE, a Porto Alegre 15 (PAL15), está mais próxima de ser concretizada. Segundo informação fornecida pela CEEE em março a O Jornalecão, a expectativa é de que a PAL15 poderá entrar em atividade até o mês de setembro, qualificando o fornecimento de energia na Zona Sul de Porto Alegre.
Nos últimos meses, a substituição de postes antigos, de madeira, por outros mais resistentes, de concreto, está sendo acelerada. No momento, a troca está sendo efetuada na Avenida Guaíba, junto ao Calçadão. E uma boa notícia para os moradores do Guarujá: o poste acusado como vilão das constantes quedas de energia no bairro durante o verão já foi substituído.

Origem do mau cheiro ainda não foi identificada

Moradores que relatam odor desagradável durante o mês de maio suspeitam da Estação de Tratamento de Esgoto Serraria, mas o Dmae nega que ela seja responsável. Outra suspeita é a irmã mais velha, a ETE Ipanema, construída na década de 90. E há ainda uma terceira possível vilã: a fábrica de celulose do outro lado do Guaíba


Inaugurada em abril como uma obra histórica por ter potencial para tratar 50% do esgoto da cidade, a Estação de Tratamento de Esgoto Serraria (ETE Serraria) está sendo apontada por moradores dos bairros Guarujá, Serraria e Ponta Grossa como suspeita de estar causando o mau cheiro que parte da população dos arredores está sentindo, em horários variados. A maioria dos relatos é de pessoas que residem nas proximidades da ETE, mas algumas que moram a mais de 1 quilômetro de distância da área de tratamento também relataram o problema. Pela análise de alguns, dependendo da direção do vento mudam as áreas atingidas pelo forte odor.
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), responsável pela operação da ETE Serraria, que deu início à operação em março, com parte de sua capacidade, nega que a estrutura seja responsável pelo mau cheiro. Por meio de nota, o órgão informou que foi realizada inspeção no dia 15 de abril e nenhum odor foi constatado junto aos tanques.
A origem do odor sentido por moradores poderia estar nas lagoas de tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto Ipanema, construída na década de 90, quando Porto Alegre passou a ter capacidade de tratar 27% de seu esgoto. Esta estrutura, que utiliza outra tecnologia, será desativada, segundo o Dmae, somente quando for autorizado o aumento da vazão da ETE Serraria, que tem previsão de operar com capacidade máxima em 2015.
O ex-presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, professor Luiz Fernando Cybis, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs, explica que todas as estações de tratamento geram gases (e alguns podem produzir mau cheiro). Estruturas deste tipo precisam controlar suas emissões atmosféricas e, na ETE Serraria, no futuro os gases serão recolhidos para a geração de energia para a própria estrutura, mas enquanto ela está subutilizada, este processo ainda não está sendo realizado, o que poderia ser  uma possibilidade de liberação de gases. Segundo Cybis, outra possível razão para o mau cheiro está relacionada à estação estar operando com capacidade reduzida, porque, enquanto a estrutura não estiver com operação total, a carga inferior ao previsto e a vazão é menor, possibilitando a liberação de gases para a atmosfera ao operar abaixo da condição de projeto.
Enquanto não se descobre a razão do mau cheiro, leitores de O Jornalecão têm feito contato frequente com a redação, informando a ocorrência em horários variados, em ruas diferentes da região, e solicitando que as autoridades identifiquem a origem do odor e solucionem o problema que está desagradando muitas pessoas. O Jornalecão entrou em contato com a assessoria de  comunicação do Dmae, mas, até o fechamento da edição, não recebeu resposta do órgão.


Respostas do Dmae sobre a questão

Perguntado sobre o assunto por O Jornalecão, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) respondeu aos questionamentos após o lançamento da edição de Maio/2014, por isso, serão publicadas na próxima edição do jornal, dia 25 de junho. Mas, na internet, estamos disponibilizando desde já as respostas.

O Jornalecão: O alegado mau cheiro que moradores dos arredores da área de tratamento de esgoto no bairro Serraria pode estar sendo ocasionado pela ETE Serraria ou pela ETE Ipanema? Se sim, como isto poderia estar ocorrendo?
 Dmae: A ETE Serraria dispõe de cobertura dos tanques para retenção de odores, queimadores de gás e tratamento por biofiltro como proteção à emissão de odores oriundo de gases produzidos. A ETE Ipanema é um sistema de Lagoas que na entrada poderá exalar odor. A ETE Ipanema será desativada e a ETE Serraria, quando estiver operando com uma vazão próxima a de projeto, não mais produzirá qualquer odor. Por enquanto, operando com uma pequena vazão e em função do regime dos ventos poderá ser percebido algum odor, mas por curto espaço de tempo.

O Jornalecão: O que é necessário para que a ETE Ipanema seja desativada?
Dmae: É necessário ampliar a vazão de tratamento da ETE Serraria, o que foi autorizado pela Fepam a pedido do Dmae. Com esta ampliação autorizada, temos planos de interligar os afluentes da ETE Ipanema nos próximos meses, desativando esta ETE.

 O Jornalecão: Segundo um especialista, o fato de a ETE Serraria estar operando abaixo de sua capacidade poderia ser a causa do mau cheiro, o que não aconteceria mais quando ele tivesse operando com a capacidade máxima. Pode ser esta a razão do odor desagradável que moradores estão sentindo?
Dmae: Esta é uma razão possível, pois com vazões pequenas o tempo de permanência do esgoto nos poços de visita e tubulações é maior, podendo ocorrer degradação (apodrecimento) da matéria orgânica, que é causa do mau cheiro.

O Jornalecão: Outra possível razão seriam os resíduos que ainda não estão sendo utilizados para gerar energia para o funcionamento da ETE. Isso de fato poderia estar causando mau cheiro?
Dmae: Não, os resíduos previstos para gerar energia é o lodo que sai da estação totalmente desaguado e que hoje deverá ter destino para aterro com contêineres fechados, sem possibilidade de causar mau cheiro.


Líder comunitário também se manifesta

Ivam Kley, da Associação dos Moradores e Amigos da Zona Sul de Porto Alegre (ACOMAZS), após ler a matéria sobre o mau cheiro, prestou o seguinte esclarecimento: “Em referência a esse artigo, venho esclarecer que a ACOMAZS já patrocinou vários eventos a fim de esclarecer esse assunto. Convidamos a comunidade para palestra de esclarecimento com audiovisual proferida pelo diretor do Dmae. Também já patrocinamos duas visitas diretamente na ETE Serraria com a comunidade (23 pessoas cada visita),
convites feitos pessoalmente e por meio de chamamento com carro de som, cartazes.(Foram oferecidos) transporte e acompanhantes gratuitos, com a finalidade de conhecermos e vermos de perto o trabalho que está sendo feito para despoluição do Guaíba.
A respeito do mau cheiro, pudemos constatar no local em que o esgoto é despejado nos tanques como é tratado. Posso informar que não houve o interesse da comunidade em nos prestigiar, nem se informar dos projetos e sobre como os efluentes são tratados, já que menos da metade das pessoas convidadas compareceram”.