Lotações Belém Novo e Restinga

Audiência pública indica sugestões de moradores e entidades para melhorias das novas linhas

 

                                                                                                                  Gustavo Cruz / O Jornalecão

Moradores da Zona Sul de Porto Alegre tiveram a oportunidade de 

apresentar propostas, entre elas, novas linhas para atender a comunidade

Novas opções de linhas e itinerários que passem por ruas internas dos bairros são as principais sugestões de melhorias que representantes da comunidade da região Extremo Sul apresentaram em audiência pública realizada na Câmara Municipal pela Cuthab (Comissão de Transporte e Habitação) na manhã de 16 de julho, um dia antes da assinatura do contrato entre Prefeitura e a empresa vencedora da licitação para operação das linhas de lotação Belém Novo e Restinga. Participaram do encontro, além de líderes comunitários e moradores da Zona Sul de Porto Alegre e outros interessados no assunto, os vereadores Alceu Brasinha, Claudio Janta, Delegado Cleiton, Engenheiro Comassetto, Jussara Cony, Mario Fraga, Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol.

Representando a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o engenheiro Flávio Antonio Tumelero Junior apresentou dados técnicos sobre a permissão pública (com duração de dez anos) que possibilitará a utilização dos micro-ônibus pela população em 90 a 120 dias, a partir da assinatura do contrato (dia 17 de julho).

Nas manifestações, foi ressaltada a importância das novas linhas que devem passar a atender os usuários nos próximos meses, mas moradores da região acreditam que haverá muitos passageiros para poucos lugares nas lotações. Também foi lamentada pelos participantes a ação de “forças ocultas” em outro processo licitatório, em 2003, que impediram que o Extremo Sul contasse com lotações há dez anos. Houve também manifestação de contrariedade da comunidade em relação ao fato de o segundo projeto que tramitou na Câmara prever lotações também para os bairros Chapéu do Sol e Ponta Grossa, que foram retirados do texto da lei sancionada, posteriormente. Mas, na época (2010/2011), foi a solução possível para que fosse garantida a aprovação.

Moradores desejam linhas que circulem nos bairros

No caso da linha Restinga, o fato de a linha fazer quase todo seu trajeto no bairro Restinga pela Avenida João Antônio da Silveira, sem passar por ruas internas, desagradou parte da comunidade. Entre as pessoas que vão utilizar a linha Belém Novo, dependendo do bairro, a preocupação é semelhante. A linha seguirá por algumas ruas internas de Belém Novo, beneficiando mais moradores, mas não “entrará” na Ponta Grossa e no Chapéu do Sol, que, pelo menos enquanto não forem criadas outras linhas, dependerão da linha com terminal no bairro vizinho. Futuros usuários das duas linhas sugeriram alternativas semelhantes: ampliação do trajeto e a criação de outras linhas.

Chegou a ser apresentada uma sugestão de a ampliação do itinerário da lotação Guarujá até a Ponta Grossa. Ideia semelhante gerou muita controvérsia ao ser executada anos atrás com a ampliação do trajeto da lotação Ipanema até a Hípica, beneficiando moradores deste bairro, porém, gerou um efeito negativo: a dificuldade de moradores de Ipanema (onde a linha iniciava seu trajeto anteriormente) utilizarem o transporte seletivo.

Participação da comunidade e dos jornais de bairro é valorizada

Engenheiro Comassetto, um dos vereadores que participaram da “construção” da lei que prevê as novas lotações para a região Extremo Sul, além de destacar a importância de líderes comunitários e entidades na conquista das novas linhas de transporte seletivo, lembrou a participação da mídia ligada às comunidades no processo de divulgação da proposta histórica da comunidade. “Quero cumprimentar a imprensa, que sempre ajudou, principalmente a imprensa do bairro, representada aqui por O Jornalecão, na figura do jornalista Gustavo Cruz, que acompanha o debate há mais de dez anos”, enfatizou o vereador Comassetto.