Após vários encontros entre representantes da Secretaria da
Saúde do Município, do Conselho Local de Saúde e usuários da Unidade Básica de
Saúde Guarujá, na noite de 20 de maio, moradores dos bairros Espírito Santo,
Guarujá e Serraria optaram por aceitar a proposta de equivalência com as
Equipes de Atenção Básica de Saúde sugerida pelo Município, em reunião, na
Escola Estadual Professores Langendonck, coordenada por José Paulo Barros,
coordenador do conselho da região.
Em decisão difícil, por apenas três votos a mais, a maioria
dos presentes ao encontro aceitou a parametrização à Equipe de Saúde da Família
– ESF, um projeto federal que vem sendo posto em prática desde 1994 em outras
regiões do país. Com isso, aumenta a possibilidade de receber mais verbas do
Governo Federal, que irá ajudar a melhorar a situação da saúde em Porto Alegre, além de algumas outras diferenças, como entrada de
agentes comunitários de saúde, que serão concursados e moradores da própria
região. Seu trabalho será visitar as famílias do entorno para verificar a saúde
da população, cadastrando doentes, crianças, idosos, etc., além de dar
orientações necessárias de higiene e cuidados básicos de saúde. Outro benefício
é o acolhimento aos usuários, que não precisarão mais fazer filas de madrugada,
podendo chegar em horários mais adequados e ser atendidos por um profissional
qualificado, que irá escutar suas queixas e encaminhar para a consulta.
Inicialmente, os moradores não estavam querendo a mudança
por desacreditar que as coisas melhorassem em relação à situação atual que
vivenciam: faltas de médicos, filas de madrugada para tentar conseguir fichas
para consultas, muitas vezes voltando para casa decepcionados por ver que seu
sacrifício foi em vão. Por esta razão, grande parte dos presentes defendeu a manutenção
do posto de saúde nos moldes atuais. Hoje, a Unidade de Saúde do Guarujá atende
uma região de 12.600 pessoas, o que equivale, pelo novo sistema, a quatro
enfermeiros de 40 horas semanais, mais de 160 horas de médicos, 80 horas de
dentista, 80 horas de técnico de saúde bucal, 80 horas de auxiliar de saúde
bucal, 70 horas de técnico de enfermagem, 120 horas de auxiliar de enfermagem,
além das agentes comunitários de saúde.
Os
representantes da Secretaria da Saúde informaram que, para atender a demanda,
estão sendo preparados novos concursos, melhoria do plano de carreira dos
médicos e, inclusive, está sendo avaliada pelo Governo Federal a contratação de
médicos estrangeiros para diminuir o déficit nos bairros e nas cidades mais
afastadas.
Outras
Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Zona Sul também estão passando pelo mesmo
processo de se tornar equivalentes à EFS, mas as UBSs que atendem região com
mais de 15.000 habitantes não deverão ser parametrizadas, segundo as normas do
Ministério da Saúde. Entre estas, na Zona Sul, temos a UBS Tristeza.
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