Fruto do pago crioulo
Que a peonada saboreia,
Junto ao fogo que clareia
O hospitaleiro galpão,
Enquanto que o chimarrão
Complementa a xucra ceia!
Eu te bendigo, alimento
Que a Divina Providência
Nos legou por excelência,
Pois não existe na estância
Alguém que negue a sustância
Que nasce da tua essência.
Nas noites frias de inverno,
Quando procuro o aconchego
E sentado num pelego,
Vou curtindo a solidão,
No meu peito redomão
Só sinto paz e sossego.
Fruto selvagem do pago
Que se debulha da pinha,
Em toda ignorância minha
Desconheço outro igual,
Que a gente come com sal
Com as prendas, na cozinha.
E mesmo assado na chapa
De um fogão ou sobre a brasa,
És um grito que extravasa
Aquilo que o guasca sente,
Ao se encontrar de repente
Solito e longe de casa.
Peço ao Patrão lá de riba,
No verso que vai ao léu,
Sem fazer muito escarcéu,
Que embora tenha comida,
Quando for pra outra vida
Não falte pinhão no Céu.
Poeta e Morador da Zona Sul
Ialmar Pio Tressino Schneider
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