O Hotel Continental sediou, nos dias 5 e 6 de abril, mais uma
edição dos Seminários Comunicação em Pauta, realizados pela Secretaria de
Comunicação e Inclusão Digital (Secom). Desta vez, o evento teve o tema
"Como financiar a comunicação pública?" e reuniu pessoas interessadas
no tema, especialmente ligadas a rádios comunitárias e TVs educativas,
universitárias e comunitárias, além de jornais de bairro e segmentados da
capital. O evento teve início com a mesa de abertura, que contou com relatos
como o da titular da Secom, secretária estadual Vera Spolidoro. Já o painel
abertura contou com a participação do presidente da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC), Nelson Breve; dos representantes do Ministério da
Cultura no evento, Leopoldo Nunes, e da Associação das Rádios Públicas do
Brasil, Mário Sartorello; e do deputado estadual Aldacir Oliboni - além de
representantes de outras entidades.
O coordenador executivo da Associação Gaúcha de Radiodifusão
Comunitária (Abraço/RS), por exemplo, destacou a importância do Rio Grande do
Sul, por contar com mais de 400 rádios comunitárias, mas afirmou que elas estão
sofrendo com as ações da Anatel e que o governo brasileiro está devendo para a
comunicação popular e pública do Brasil, pois as leis estão atrasadas em
relação à tecnologia. "A comunicação está nas mãos das rádios comunitárias
e de outros veículos comunitários deste país", enfatizou.
Já Pedro Pozenato, representante das TVs comunitárias do
Estado, disse que é importante estar inserido na realidade local, com "um
vínculo forte", ocupando um espaço vazio, a ser ocupado, entre os grandes
e os pequenos: "Para os pequenos empresários não é interessante anunciar
nas grandes redes".
Nelson Breve, da Empresa Brasil de Comunicação, salientou a
necessidade de se trabalhar com profissionalismo para atingir os melhores
resultados. "Quanto mais diversificada a fonte de recursos, mais fácil
crescer", avaliou.
Vera Spolidoro lembrou que o governo estadual está
encaminhando a criação do Conselho Estadual de Comunicação, "o fórum
adequado para discutir a comunicação no Rio Grande do Sul", além de
garantir que sabe da necessidade de ampliar os recursos para este
segmento. A secretária alertou que a união é necessária para
desenvolver esta área.
O deputado Oliboni, por sua vez, deu detalhes sobre o projeto
de lei 159/2012, que prevê incentivo às mídias locais e regionais e a
descentralização da destinação das verbas, com percentual de, no mínimo, 10%
das verbas estaduais para veículos como jornais de bairro e segmentados e
rádios comunitárias. "Vim aqui pedir apoio ao projeto, em benefício
dos pequenos, porque pelos grandes já fazem demais. É preciso dividir este
bolo", afirmou Oliboni. O deputado ainda informou que incluirá no projeto
uma emenda solicitando que o percentual mínimo seja aumentado para 20%.
Em resposta, a secretária da Comunicação, Vera Spolidoro,
afirmou, relativamente a investimentos do Governo do Estado em jornais de
bairro e segmentados e rádios comunitárias: "Gostaria de informar ao
deputado que o investimento atingiu 33% em 2012". A declaração gerou
polêmica logo em seguida. Quando o espaço foi aberto para perguntas do público,
logo na primeira manifestação, Claudio Calmo, que distribuiu o distribuiu
manifesto solicitando a democratização do acesso à comunicação, disse que
o que se deseja são práticas políticas que defendam a democracia, e não apenas
números. "Dizer que mais de 30% foram investidos é uma falácia",
afirmou Calmo ao solicitar que o Governo apresente os números para fins de
análise.
Segundo dia contou com discussão por grupos
No dia 6, o seminário contou
com um espaço para relatos de experiências, com a participação de Carlos
Alberto de Almeida, da TeleSUR (Venezuela), Tristan Bauer, da RTA (Argentina),
e Bruno Lima Rocha, coordenador de Formação da Abraço/RS. Na sequência, os
participantes integraram três grupos de discussão - sobre rádios comunitárias,
TVs comunitárias e TVs públicas. Antes do encerramento do evento, foi feito
relato sobre os trabalhos em grupo e a sistematização das prioridades.
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