CMPA
Cleiton Freitas
vereador de Porto Alegre e delegado
de Polícia
O 9º Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, divulgado há algumas semanas, mostrou com a exatidão das estatísticas
que vivemos na Capital do medo. Porto Alegre registrou o índice de 40,6
assassinatos por 100 mil habitantes no ano passado. O Rio de Janeiro teve 20,2
assassinatos por 100 mil habitantes. Traduzindo números em realidade concreta:
o risco de ser assassinado em Porto Alegre é duas vezes maior do que no Rio de
Janeiro.
Se vivemos em uma cidade em
ebulição, é de se esperar das autoridades políticas estratégicas para responder
à essa ameaça. E o que observamos foi uma reviravolta capitaneada pela Polícia
Civil. Mesmo sem recursos humanos e estruturais, duas grandes operações foram
realizadas e provocaram um baque profundo no crime organizado.
A Operação Gênesis foi deflagrada
no bairro Restinga, onde os policiais do Denarc cumpriram mais de cem mandados
de busca apreensão e 43 mandados de prisão, e resultou em 63 presos. Já a ação
da Laranja Mecânica ocorreu em harmonia com setores de inteligência e
estratégia da Polícia Civil e combateu a lavagem de dinheiro
do narcotráfico. A operação teve 46 mandados de busco e apreensão, sequestro de
19 bens e 15 mandados de prisão preventiva no Rio Grande do Sul e em Santa
Catarina.
As ações coordenadas, com
planejamento e estratégia, representam um alento em meio ao caos. É necessário
que o Estado pare de colocar a vida de seus agentes de segurança em risco e de
abrir mão de enfrentar o crime com inteligência; pois perde a sociedade, que se
sente brutalizada e acuada pelo medo da violência.
A falta de priorização do tema da
segurança pública no País tem vitimado tanto agentes de segurança quanto a
população – destacando-se uma parcela jovem, negra, pobre e radicada nas
periferias. Continuo acreditando que a área da segurança dos Executivos deve
trabalhar com: metas claras, articulando políticas e forças estaduais e
federais; promoção da valorização da atividade policial e do aprimoramento das
técnicas de inteligência para investigação; atendimento aos menores infratores
com vistas à ressocialização; formação e informação, educação e instrução.
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