Tonico Alvares / CMPA
Lourdes Sprenger |
* Lourdes Sprenger
A Lei dos Crimes Ambientais
(9.605/98) considera a caça, a pesca, o transporte e a venda de animais
silvestres, sem autorização legal, como típica agressão. A lei também
criminaliza os maus-tratos, sua submissão a experiências científicas dolorosas,
cruéis ou degradantes, assim como veda a invasão ou a modificação de seus
habitats naturais.
A proteção da vida selvagem,
entretanto, corre mais risco naqueles locais que fazem fronteira com os
habitats, onde homens e animais se cruzam quase que diariamente, como nas
estradas, servidões e ferrovias que cortam nosso país, de norte a sul. E também
naqueles locais em que o homem circula ou ameaça, com seus empreendimentos, os
santuários ecológicos e as áreas de preservação permanente. O encontro entre
estes ‘‘dois mundos’’ é simplesmente desastroso.
Estatística recente do Centro
Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de
Lavras, em Minas Gerais, revela dados assustadores: a cada segundo, mais de 15
animais morrem atropelados; diariamente, devem morrer mais de 1,3 milhão de
animais; no final de um ano, são 475 milhões atropelados em todas as estradas
brasileiras.
Não temos o direito de ficar
indiferentes diante deste morticínio. Precisamos tomar providências urgentes,
se quisermos avançar no compromisso de preservar a vida destes animais. Devemos
investir na construção de passadores de faunas, para que os animais possam
atravessar as rodovias com segurança, e em Centros de Recuperação de Animais
Silvestres.
Já temos alguns exemplos perto de
nós: na Reserva Biológica do Lami, em Porto Alegre, foi construída uma ponte
suspensa entre uma árvore e outra para a passagem dos bugios. Na Estação Ecológica
do Taim, existem túneis sob a BR-471, permitindo que os animais cruzem a
estrada por baixo da pista. No Parque Nacional do Iguaçu (PR), na tríplice
fronteira, os veículos são monitorados, para evitar o abuso de velocidade. São
medidas preventivas que precisam ser cobradas com mais vigor dos nossos
administradores públicos.
Portanto, vamos nos unir neste
desafio de preservação do meio ambiente!
* Primeira
vereadora (PMDB) eleita pela causa animal
em
Porto Alegre e Protetora
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