Na prática, ela nunca deixou de
existir, mas oficialmente
foi extinta
há 15 anos
Luciana Engel
Câmara Municipal realizou audiência pública
sobre o tema em 10 de dezembro
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Centenas de pessoas participaram de
audiência pública realizada pela Câmara Municipal, na noite de 10 de dezembro,
para debater com a comunidade o projeto de lei do Executivo que que prevê a
recriação da Zona Rural (extinta oficialmente há 15 anos) em áreas das regiões
Sul e Extremo-Sul de Porto Alegre. Cerca de 8% do território e,
aproximadamente, 4 mil hectares formarão a nova Zona Rural se for aprovada na
íntegra a proposta que tramita no Legislativo municipal desde novembro e prevê
que locais de produção primária devam ser limitados e protegidos para garantir
a sobrevivência de pequenos e médios proprietários agrícolas. Objetivando a
sustentabilidade ambiental da região, também está incluído no texto o incentivo
ao turismo rural, efetivado na Zona Sul em propriedades dos Caminhos Rurais.
Todas as manifestações foram no
sentido de que é positivo Porto Alegre voltar a ter uma área rural. Desde
vereadores e secretários municipais até representantes de entidades e órgãos
públicos, as manifestações foram de apoio ao projeto. Em cada fala foram
destacados aspectos importantes para mudança da lei, desde melhorias na renda
de trabalhadores rurais até a preservação ambiental.
Porto
Alegre é a segunda capital brasileira em extensão de área rural. Em 723
propriedades, que, somadas, ocupam aproximadamente 12 mil hectares, se
desenvolvem atividades como o cultivo de frutíferas e hortaliças, criação de
animais e agroindústrias.
Produtores da Zona Sul serão
beneficiados com a nova lei
Tânia Meinerz
Dr. Humberto Goulart, da Smic,
destaca
fomento à atividade agropecuária
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A Zona Rural foi extinta em 1999 pelo
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA). Se atendida a
reivindicação de Porto Alegre voltar a ter uma área oficializada para produção
rural, produtores agropecuários terão benefícios como a inclusão na Política
Nacional de Crédito Rural e a possibilidade de conseguir licenças ambientais
que, atualmente, não podem ser concedidas porque as propriedades estão
localizadas em área urbana. Entre os objetivos também estão garantir a
sustentabilidade ambiental e a tradição histórica, cultural e econômica das
regiões Sul e Extremo-Sul da cidade, além de possibilitar a concessão de
licenciamento a atividades agrícolas em áreas urbanas, por parte da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente (Smam).
O fomento à atividade agropecuária
também incentiva a mão de obra familiar, gera postos de trabalho e renda, o que
garante a subsistência de todos os envolvidos na cadeia de produção,
comercialização e serviços de apoio. “A volta da demarcação da Zona Rural no
Plano Diretor preserva a vocação da área e garante a conservação de bens
ambientais e paisagísticos. O objetivo é fomentar a atividade agropecuária,
incentivar a mão de obra familiar, a geração de postos de trabalho e renda,
garantindo a subsistência de todos os envolvidos na cadeia de produção,
comercialização e serviços de apoio”, destaca Dr. Humberto Goulart, titular da
Secretaria da Produção, Indústria e Comércio (Smic), que apoiou a demanda do
setor e a elaboração do projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal do
Urbanismo (Smurb).
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