Audiências públicas esquentam polêmica sobre futuro da área do Estaleiro Só

Divergências de opinião sobre o futuro da área 

do bairro Cristal persistem

               

Alvo de controvérsia nos últimos anos, com alterações de leis, audiências públicas, votações na Câmara Municipal e até consulta popular, o futuro do Pontal do Estaleiro volta a ser discutido com a população. No dia 8 de abril, cerca de 200 pessoas que participaram de audiência pública realizada no Jockey Club do Rio Grande do Sul foram as primeiras a conhecer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) com o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima)  do Parque do Pontal, que foi apresentado novamente no dia seguinte em outra audiência pública na Paróquia Sagrada Família. O projeto prevê a construção, na área do antigo Estaleiro Só, de um prédio comercial de 82 metros de altura (22 andares) e um shopping center de 17 mil m², além da urbanização de uma área verde de 3,6 hectares, no bairro Cristal (na Avenida Padre Cacique, 2.893, nas proximidades do BarraShoppingSul). Estão incluídas no estudo – que levou dois anos para ser concluído – a instalação de uma ciclovia e a criação de 119 vagas para bicicletas e 1.826 para veículos (105 delas gratuitas e as demais pagas). Foram considerados aspectos ambientais, culturais e de tráfego e o investimento previsto é de R$ 155 milhões.

Entre as 20 pessoas que se inscreveram para se manifestar durante a primeira audiência pública, 17 demonstraram contrariedade com o projeto, a maioria questionando o consequente aumento do tráfego de veículos e a garantia de acesso à orla. O maior temor é a privatização da orla, apesar de os empreendedores garantirem que as margens do Guaíba serão de uso público. O projeto chegou a ser considerado “escandaloso” pelo presidente do Movimento Menino Deus Sustentável, Ivo Krauspenhar, que questionou o porquê da construção de uma torre de mais 20 andares junto à orla. As manifestações favoráveis destacaram a geração de empregos e renda na região com a execução do projeto e a devolução de um espaço público.