CMPA
Cleiton Freitas
vereador de Porto Alegre e delegado de Polícia
Estamos vivenciando um momento em
que os pesquisadores, os pensadores, os eruditos e os questionadores estão
fazendo reflexões e divagações acerca do estar da sociedade e da falta de
bem-estar. Todos nós estamos de alguma forma incomodados, preocupados e
buscando alternativas, mesmo que caseiras, para obtermos a nossa liberdade, que
perdemos sem estarmos condenados pela justiça. Estamos condenados pelo
funcionamento da sociedade. Conceitos estão sendo questionados. Direitos estão
sendo tolhidos. Anseios estão sendo barrados, e tudo isto em meio a sucessivos
comunicados de desvios de verbas públicas, de falta de dinheiro para investir
no básico de uma sociedade, do domínio dos criminosos, do avanço da
territorialidade do tráfico, de descrença nas instituições governamentais.
Números para todos os lados, cada
um trazendo uma explicação e uma exclamação. Números que nos assustam, nos
assombram, nos fazendo refletir se a guerra instituída não seria mais justa e
honesta do que esta guerra latente, escondida e perversa que invade nossa casa,
nossa vida, nosso íntimo, nos tirando a paz, a segurança, a crença em dias
melhores. Nos primeiros 150 dias do ano, tivemos 117 assaltos a banco. Em
março, foram registrados mais de 3.100 roubos e furtos de veículos em Porto Alegre.
A quantidade de droga que circula é impressionantemente maior que a apreendida.
Minha profissão me faz olhar este
ângulo, mas não posso desconsiderar que trabalho e confio numa perspectiva de
que podemos mais, que temos força e que o bem deve combater o mal. Então,
preciso indicar um caminho de esperança, de busca por dias menos tensos e com
territórios livres de violência.
Preciso indicar que nosso grito
está sendo ouvido, que precisamos, nesta sociedade organizada, unir esforços e
buscar ferramentas que indiquem o caminho. Acredito que homens de bem não podem
virar reféns, que temos compromisso e responsabilidade com a sociedade que aí
está, que temos muito para deixar de legado aos nossos jovens e ao futuro que
nos espera.
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