Com a aprovação na Câmara
Federal, em 28 de abril, do projeto que prevê a retirada da letra T (inscrita
em amarelo) das embalagens de alimentos industrializados produzidos com
transgênicos. Agora, a palavra está com o Senado, que já lançou em seu site uma
consulta à população, sendo que, entre os primeiros 186 que se manifestaram por
meio da internet, 98% demonstraram-se contrários ao teor do texto, que terá que
passar pelas comissões de Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor, Fiscalização e Controle e Assuntos Sociais antes de ir ao
plenário da Casa. Se aprovado, passará ainda pela presidente Dilma Rousseff,
que poderá sancionar ou vetar o polêmico projeto, de autoria do deputado
estadual Luis Carlos Heinze.
Paralelamente, estão sendo
estudadas ações legais para tentar impedir a mudança da lei. Além de entidades
ambientalistas, órgãos de direito do consumidor também demonstram insatisfação
com a possibilidade de alteração. Para exemplificar, o Procon de Porto Alegre,
por meio de ofício, tenta sensibilizar os três senadores gaúchos para a
manutenção da atual regra. O diretor-executivo Cauê Vieira destaca um
desrespeito a um princípio básico do direito do consumidor, que prevê que a
informação deve ser “adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem”. Uma das principais preocupações é que este alteração na legislação
possa elevar o consumo de agrotóxicos, que já é grande no país (no Brasil, cada
habitante consome 5,2 quilos de veneno agrícola por ano, a maior média do
mundo). Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), o consumo de agrotóxicos pode estar associado ao aumento de casos
de câncer, o que traz preocupações extras.
Por outro lado, o autor do
projeto, deputado Luis Carlos Heinze, considera que a retirada da letra T da
embalagem de produtos transgênicos deve corrigir uma injustiça, pois, segundo
ele, “o T nas embalagens criminaliza um produto que é
legal” e, conforme a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), os organismos
geneticamente modificados (OGMs) são seguros para consumo. Desde 2003, quando o Ministério da Justiça decretou a
obrigatoriedade da identificação dos transgênicos, a população consume estes
alimentos, mas, conforme Heinze, a maioria das pessoas que responderam a uma
pesquisa sobre o assunto acredita que o T amarelo, o que indica que o assunto
ainda deve ser discutido junto aos cidadãos para que seja de conhecimento
público.
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