Engenheiro Luís Cláudio Ribeiro, da EPTC, falou sobre a possibilidade de a Zona Sul contar com aeromóvel no futuro |
O coordenador do MetrôPoa e do
Sistema BRT, engenheiro Luís Cláudio Ribeiro, representou a Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC) em apresentação dos projetos aos moradores da
Zona Sul, realizada durante reunião do Fórum Regional de
Planejamento 6 (RP6), que engloba as regiões Sul e Centro-Sul do
Orçamento Participativo (OP), na noite de 17 de junho, no salão paroquial do
Santuário de Nossa Senhora das Graças,
bairro Tristeza. Moradores de outras regiões da região, da RP5 e da
RP8, também participaram do encontro. Entre os assuntos da pauta de
Mobilidade Urbana estavam o BRT Zona Sul e Linhas Alimentadoras - apresentação
do planejamento das obras em execução e prevista do BRT Zona Sul, seu
itinerário, estações, terminal do Cristal e linhas alimentadoras da
região; informe sobre o andamento dos estudos do aeromóvel para a Zona
Sul, de acordo com o projeto entregue pela Trensurb. Após a apresentação, foi a
vez de os participantes fazerem perguntas ou apresentarem sugestões.
Com apresentação
de slides, Ribeiro tratou do diagnóstico da mobilidade,
mostrando a configuração atual das redes urbanas e metropolitanas, com cerca de
30 mil ônibus acessando a área central a cada dia, e falou sobre as obras
viárias que a Prefeitura está executando no momento e que fazem parte de um projeto
operacional para mudança gradativa, atualmente em sua primeira etapa. Ao apresentar detalhes sobre a implantação do Bus Rapid Trasit (BRT), que
conta com financiamento federal para as cidades-sede da Copa do Mundo e promete
modificar a cara do transporte de passageiros em Porto Alegre, mostrou
as diferenças entre veículos de piso alto (modelo de Curitiba) e piso baixo
(adotado por Porto Alegre), além de ilustrações das futuras estações do BRT e
mapas dos estudos realizados.
Apesar de não fazer
previsão de datas, o engenheiro explicou que serão necessários muitos anos para
concluir toda a operação e detalhou seis etapas do projeto, que incluem
corredores de ônibus nas avenidas Padre Cacique e Tronco e novos terminais no
Cristal e na Azenha, além de estações de parada com mobiliária fechado,
incluindo portas automáticas para entrada e saída de passageiros. A implantação
de linhas diretas, a maior frequência de horários (mesmo com a redução do
número de linhas), a melhoria da acessibilidade, a redução do tempo de viagens,
o aumento do conforto e da segurança pública, a qualificação urbana de eixos
viários foram algumas das vantagens apontadas em relação ao BRT. Mas Ribeiro
destacou a necessidade de duplicar vias importantes da Zona Sul paralelamente.
Em relação ao projeto
de trazer o aeromóvel para a Zona Sul, o representante da EPTC apresentou mapas
com o um possível traçado da Rodoviária até o Cristal, com estações em pontos
como Gasômetro, Memorial Iberê Camargo, Estádio Beira-Rio e shoppings Praia de
Belas e Barra. Ele explicou que este estudo de traçado feito e custeado pela
Trensurb foi feito para que a Prefeitura possa viabilizar a contratação de um
projeto, se houver viabilidade financeira. Há ainda a proposta de ampliar a linha
até a Avenida Juca Batista, passando por bairros como Tristeza e Ipanema. “A
Prefeitura não gastou nada com este estudo”, enfatizou. Ribeiro destacou,
ainda, que este sistema de monotrilho garante maior conforto e eficiência no
cumprimento de horários, mas tem alguns pontos críticos, como poucas estações e
custos mais elevados.
Com a entrada na pauta
do aeromóvel para a região, moradores presentes demonstraram preocupação em
relação à implantação do transporte hidroviário na região, que atualmente vem
até o bairro Cristal (mas a comunidade pede que vá até Belém Novo ou Lami), por
receio de que esta modalidade de transporte, mais barata, seja deixada de lado
em função deste novo projeto. O engenheiro procurou tranquilizar os presentes
dizendo que os projetos são independentes e um não impede a implantação do
outro. “O que está faltando é um projeto hidroviário que inclua também outras
cidades”, lembrou Ribeiro, que considera que o motivo de o transporte pelo
Guaíba não estar em operação no sul da cidade pode ser falta de demanda ou
porque “nunca foi dada muita importância pela característica do transporte” em
Porto Alegre.
Os moradores presentes
também trouxeram à tona outras questões preocupantes no trânsito da Zona Sul,
como a lentidão do trânsito na Wenceslau Escobar, causada pelo aumento do
número de veículos; a necessidade de duplicação de avenidas de grande fluxo,
como a Coronel Marcos e a Vicente Monteggia; falta de horários de ônibus
durante a madrugada; estacionamento em fila dupla na Avenida Padre Cacique em
dias de eventos; a poluição visual caso o aeromóvel tenha confirmado seu
traçado pela orla do Guaíba; e a necessidade de tirar do trânsito veículos sem
as mínimas condições de trafegar nas vias da cidade.
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