Digite o ASSUNTO e nós encontramos para você

Operação da nova estação de tratamento de esgoto depende de solução de impasse entre Dmae e Fepam

                                                                                                                                      Gustavo Cruz
Flávio Presser, diretor-geral do Dmae, explicou por que o departamento pretende 
que a tubulação lance o esgoto tratado um quilômetro mais perto da margem do Guaíba

Um impasse em relação ao comprimento da tubulação que levará o esgoto, após o tratamento, para o Guaíba pode atrasar o início da operação da nova estação de tratamento de esgoto, a ETE Serraria. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) autorizou que a tubulação avançasse 2,6 quilômetros Guaíba a dentro, mas o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) solicitou a redução para 1,6 quilômetro, pois estudos realizados, posteriormente, pelo órgão indicam praticamente os mesmos resultados com mil metros a menos de distância. Além disso, a mudança representaria redução de R$ 30 milhões no valor da obra. No entanto, a Fepam não deu parecer favorável à redução da distância da margem e deseja que novos estudos sejam feitos.  O Dmae, por sua vez, sinaliza que isso atrasaria em mais de um ano o tratamento de quase 70% do esgoto que vai direto para o Guaíba atualmente em Porto Alegre.
Em duas reuniões realizadas em junho, moradores do bairro Guarujá (no dia 11) e do Ipanema (dia 24) receberam informações do diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Flávio Presser, e de outros integrantes da equipe do órgão, sobre o Programa Integrado Socioambiental (Pisa) e o Zona Sul: Eu Curto. Eu Cuido. O impasse entre Dmae e Fepam em relação à redução de mil metros no comprimento do emissário que levará o esgoto para o Guaíba após o tratamento e as dúvidas da comunidade em relação à possibilidade de problemas de saúde da população por conta da alteração do projeto da Estação de Tratamento de Esgoto Serraria - ETE (em fase de conclusão) motivaram reunião, em 11 de junho, no salão paroquial do Santuário de Santa Rita de Cássia, no Guarujá. Presser explicou que, inicialmente, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) autorizou que a tubulação avançasse 2,6 quilômetros, mas o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) solicitou a redução para 1,6 quilômetro, o que a Fepam não autorizou.
Além da reportagem de O Jornalecão, participaram do encontro moradores e líderes comunitários da região e integrantes da Associação Comunitária de Moradores e Amigos da Zona Sul de Porto Alegre (Acomazs), interessados em entender os motivos da alteração. O diretor-geral do Dmae, Flávio Presser, apresentou o projeto, explicando os motivos que levaram o órgão a reduzirem mil metros o comprimento da tubulação que lançará no Guaíba a água após a purificação e relatórios de 2012 que indicam praticamente os mesmos resultados com as duas metragens de tubulação, não havendo, segundo ele, possibilidade de qualquer risco, pois o esgoto tratado, após entrar na zona de mistura (que pode chegar a 800 metros de extensão), já se tornará balneável. O titular do Dmae lembrou que hoje o esgoto que é despejado indevidamente no Arroio do Salso vai diretamente para o Guaíba e, após o início da operação da nova estação, será tratado, o que por si só já trará melhorias. O diretor-geral destacou ainda a economia de R$ 30 milhões com a redução da tubulação, quantia suficiente para pagar os custos de operação da ETE por cerca de 18 meses. Presser explicou que, após entrar em operação, a quantidade de esgoto tratado aumentará progressivamente e haverá monitoramento dos resultados e propôs que o Dmae aumente o comprimento para 2.600 metros se houver problema. “Se ficar comprovado, depois, que existe alguma possibilidade de problema, nós vamos completar a tubulação”, afirmou.

Após a apresentação, Presser respondeu as dúvidas da comunidade. Quanto às divergências em relação à metragem do emissário entre o Dmae e a Fepam, na sua opinião se deu por objetivos diferentes, pois “eles são vigilantes da natureza, e nós somos uma empresa que trata água e esgoto”. O titular do Dmae procurou tranquilizar a comunidade explicando que a nova estação de tratamento não deverá causar problema de mau cheiro relatado por moradores vizinhos, pois será toda coberta, o que não acontece na atual estação, e também pelo fato de a nova ETE utilizar um processo. Presser também informou que a profundidade das tubulações foi aumentada para cerca de 5 metros abaixo do nível do Guaíba, a pedido da Marinha, e que o lodo resultante do processo de tratamento poderá ser misturá-lo ao gás metano para gerar energia para a estação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

-Sua opinião e participação é importante para nós!