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Entidades apoiam democratização da mídia

Durante audiência pública realizada em 10 de julho pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e que lotou a sala Salzano Vieira da Cunha, diversas entidades e órgãos governamentais garantiram apoio ao projeto de iniciativa popular para novo marco regulatório das telecomunicações do Brasil, proposta de lei construída a partir das discussões da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e tem mais de 30 movimentos sociais subscritos. A mobilização está sendo encabeçada em todo o país pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Para chegar ao Congresso Nacional, como proposta de iniciativa popular, o projeto deve obter, no mínimo, 1,3 milhão de assinaturas. O projeto de lei está estruturado em 20 diretrizes fundamentais (abaixo) e a versão integral da proposta pode ser acessada no site www.paraexpressaraliberdade.org.br. Outra proposição definida durante o encontro é convidar os deputados gaúchos da bancada federal para participarem da próxima audiência, que deverá ser em agosto, para que estes conheçam o projeto.  
Durante a audiência, representantes do governo e de entidades ligadas a jornal, rádio, televisão e internet, enfatizaram a importância de mudanças na comunicação brasileira e se prontificaram a colaborar, mas algumas manifestações evidenciaram que será necessária pressão para levar adiante a proposta. “Precisa de pressão popular para aprovar este projeto. É preciso mostrar para a sociedade o que é uma mídia democrática!”, enfatizou Laura Wottrich, do Levante Popular da Juventude. Já a importância da participação do Governo neste processo foi destacada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS, José Nunes: “A mídia não pode mais controlar o Brasil. (...) Está na hora de o Governo enfrentar este poder da mídia”.


Projeto estadual de incentivo às mídias locais
                                                                                                    Gustavo Cruz
Presidente da Rede Jornal, Paulo Bitencourt, representou os jornalistas de bairro e segmentados de Porto Alegre em audiência pública na Assembleia Legislativa


Um dos temas destacados nas manifestações foi o projeto de lei que institui a Política Estadual de Incentivo às Mídias Locais, Regionais e Comunitárias, de autoria do deputado Aldacir Oliboni, que destina, pelo menos, 10% das verbas públicas para a comunicação a veículos como jornais de bairros e segmentados, rádios e TVs comunitárias e blogs. “Sabemos que a comunicação tem papel central na manutenção da própria democracia e temos o dever de oferecer um canal de diálogo e informação acerca do tema para a sociedade. Estamos vendo o que acontece nas ruas, o clamor do povo por mudanças estruturais que incidem diretamente na vida das pessoas. Democratizar a comunicação é, sem dúvidas, uma dessas medidas”, enfatizou o parlamentar. O presidente da Associação dos Jornais de Bairro e Segmentados de Porto Alegre (Rede Jornal), Paulo Bitencourt, destacou o apoio aos dois projetos, considerados pelos integrantes da entidade como fundamentais para a democratização da comunicação. O representante dos jornais de bairro e segmentados lembrou, no entanto, que também é importante que os governos, ao definirem a destinação de verbas, estejam atentos à frequência da publicação, pois a interrupção por alguns meses ou, às vezes, anos, como vem acontecendo, dificulta que os veículos exerçam sua função de forma mais eficaz. “O período de veraneio é extremamente difícil para os jornais de bairro e segmentados. Muitos chegam a fechar... Além dos 10% (previstos no projeto do deputado Oliboni), é necessária regulamentação neste sentido, pois os jornais são excluídos das verbas nesta época do ano, mas, para a mídia tradicional, continua a veiculação de órgãos públicos”, protestou o líder dos jornais de bairro e segmentados da capital.

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