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ECA, um jovem abandonado

CMPA


Cleiton Freitas
vereador de Porto Alegre e delegado de Polícia



O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) completa 25 anos neste ano. Já é um jovem adulto, que deveria estar em plena atividade, gozando de todos os seus direitos e deveres. Mas a realidade é perturbadora e exige reflexão. O ECA ainda caminha a passos lentos na sua principal função, que é a de preservar a criança em seus principais meios: o familiar e o social.
O ECA é lei fundamental para a garantia plena dos direitos infantis. Compreende o desenvolvimento infantil de forma ampla, na plenitude que o tema exige. A efetiva implementação do ECA só se dará com investimentos públicos pesados e não com a sua desconstrução. Em discussão acirrada, eivadas de debates reducionistas, a redução da maioridade penal aprovada pela Câmara dos Deputados, em casos especiais, abala a própria existência do ECA. Cuidar das crianças e jovens é tarefa do Estado. Está lá, no ECA. Mas encarcerá-los em masmorras como as prisões brasileiras durante a fase crucial de formação da personalidade é zelar pela infância?
Cuidar da infância é nossa responsabilidade, de toda a sociedade, e fugir a ela é omissão grave. A distância entre nossa realidade e o que preconiza a legislação não nos desobriga de cumprir a lei, ao contrário, nos chama ao combate a falsas soluções.
Alguém imagina conseguir implementar alguma política pública sem investimento? Missão Impossível. Lutemos pela qualificação das escolas, dos conselhos tutelares, pelo financiamento da rede e das medidas protetivas e socioeducativas. E, quando a alternativa for punir, que seja feita respeitando o ser em formação.
Um ECA eficaz, como ainda não fomos capazes de forjar, é a única alternativa para uma sociedade mais segura e mais justa.

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