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Volpetiz e o Artesanato Guarisse

                                                                                                                                           Divulgação
Volpetiz em seu atelier no bairro Cristal

Volpetiz, Volnei Cardoso Petiz, nasceu em Pelotas (RS), em 20 de junho de 1941, e começou a desenhar e pintar desde criança, ao frequentar as aulas do ensino fundamental e médio. Aos 13 anos, Volpetiz recebe autorização para assistir às aulas na “Escola de Belas Artes”, com o escultor Antônio Caringi (1905-1981). Naquela época, o artista foi convidado a pintar um mural inspirado na peça “Ceia de Cardeais”- cuja cena estava representada em um livro indicado pelo dono do famoso restaurante “Taberna do Willy”, em Pelotas. Um mês depois da inauguração do mural, Volpetiz recebeu o convite do norte-americano Albert Staton, presidente da Coca-Cola no Brasil, para trabalhar na produção dos painéis publicitários da multinacional com sede em São Paulo, capital, e estudar com o pintor italiano Sandro Manzini, que morava na capital paulista e trabalhava em seu estúdio no famoso “Edifício Santa Helena”, na Praça da Sé - local de trabalho dos artistas Volpi, Barros Mulato, Teruz, entre outros.
Depois de 11 anos, Volpetiz retorna de São Paulo e se casa com Maria Amélia, para residir pela primeira vez em Porto Alegre, próximo à Avenida João Pessoa. É quando ele decide constituir uma empresa de publicidade, mas, sem amizades ou conhecidos na cidade, é levado a encerrar as atividades de criação publicitária e voltar a pintar quadros para sobreviver. No início da década de 1970, Volpetiz conheceu o pastor de uma igreja nos EUA Allan Dutton, que convidou-o para ir ao Texas trabalhar. O artista trabalhou nas principais cidades texanas e retornou à capital gaúcha, indo residir no bairro Três Figueiras. Constituiu uma pequena fábrica de objetos decorativos em cerâmica e porcelana biscuit, que funcionou durante três anos no porão da casa em que o artista residia com sua esposa, Maria Amélia - com quem teve três filhos. Depois, ao voltar a residir no bairro Santana, decidiu a alugar um prédio em frente ao seu apartamento para ampliar a sua pequena fábrica. Nesta fase, Volpetiz vendia peças ao Bazar Floresta, à loja Sloper, às lojas Renner, entre outros. Mas, o artista produzia somente cem peças por dia, enquanto outros empresários do mesmo ramo produziam mais de mil peças por dia, vendidas por um valor bem mais baixo. Por causa disso, sem funcionários habilidosos e sem conseguir incentivos fiscais, Volpetiz decide vender o apartamento e encerrar as atividades da fábrica, e adquiriu um terreno no bairro Cristal, à Rua Estevão Cruz, 119, local em que o artista reside e trabalha até hoje.
Quando Volpetiz transferiu-se para a Zona Sul da cidade, ele foi apresentado a Arthur Guarisse, que conheceu o trabalho do artista em Porto Alegre por indicação de amigos e convidou-o para começar a trabalhar sob encomenda. Volpetiz começa a produzir pinturas para compor os ambientes da Loja do Artesanato Guarisse, inspirado em fotografias de clientes ou em obras de artistas como Rembrandt, que figuravam nos livros de Arte. Por causa dos projetos de decoração realizados pelo casal Guarisse, obras pintadas por Volpetiz foram destinadas ao “Kur Hotel” e ao “Hotel Serra Azul”, em Gramado, e ao “Hotel Plaza São Rafael”, em Porto Alegre. Volpetiz, que há mais ou menos 25 anos começou a expor no setor de artes plásticas no “Brique da Redenção”, de onde afastou-se por 8 anos, retornou com a exposição de seus quadros, em 2013. Nesta época, o artista foi procurado por alunos do curso de Design da Universidade Federal do RGS – UFRGS, para produzir uma forma para fundição em barbotina, a partir de uma réplica feita em 3D do monumento “Laçador” – autoria do seu professor de escultura Antonio Caringi. Aos domingos, Volpetiz expõe seus trabalhos em óleo sobre tela no “Brique da Redenção”, em Porto Alegre, e continua sendo convidado para fazer exposições. São obras de arte que o artista costuma produzir, sob encomenda, em seu atelier na Zona Sul (bem perto do Museu Iberê Camargo), do computador para a tela, escutando música, aos 74 anos de idade.

Marcia Morales Salis 
Gestora Cultural, moradora do bairro Ipanema
marcia_ms@msn.com

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