Primeiros socorros, uma questão de cidadania

Luciano Eifler *

Em acidentes ou situações de mal súbito, a pessoa que está ao lado da vítima é responsável em prestar os primeiros socorros. É uma questão de cidadania! Manobras simples, realizadas por qualquer indivíduo, podem minimizar sequelas e manter a vida até a chegada de socorro especializado.

A chamada "corrente de sobrevivência", preconizada na parada cardíaca, pode ser reproduzida em outras situações clínicas e traumáticas. Significa um conjunto de ações e condutas que tem como objetivo oportunizar a sobrevivência de vítimas graves. A corrente é formada por elos que simbolizam todos os passos necessários nesta assistência. O primeiro elo é representado pelo chamado de socorro. O segundo, a realização de manobras básicas para manutenção da vida. Os demais elos são responsáveis pelo atendimento pré-hospital avançado e pelo tratamento definitivo. O sucesso de todo o atendimento depende de uma corrente forte em todos os seus componentes. Daí a importância da pessoa que vai solicitar corretamente o atendimento pré-hospitalar e atuar na cena até a chegada do socorro.

Na última década, os serviços de atendimento pré-hospitalar estão sendo implantados nas principais cidades do Brasil. existem sistemas públicos e privados bastante eficientes, porém, por mais rápido que seja o tempo de resposta da equipe pré-hospitalar, as manobras básicas naqueles minutos preciosos até a chegada do socorro são fundamentais e podem significar a diferença entre a vida e a morte, entre a recuperação plena e a sequela definitiva.

O leigo bem informado e com mínimo treinamento vai evitar condutas que possam agravar a situação e será um aliado no socorro às vítimas naqueles minutos, fortalecendo, desta forma, o primeiro elo da corrente de sobrevivência.

Os acidentes são evitáveis, mas para a sua prevenção é necessário educação e informação. A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) de uma empresa é um bom lugar para discutir programas de prevenção e instrução de manobras básicas de primeiros socorros que podem ser estendidos à sua comunidade. Prestar os primeiros socorros, não é atribuição exclusiva dos profissionais da área da saúde, é uma obrigação de indivíduos que vivem em sociedade, uma questão de cidadania!

* Dr. Luciano Eifler é coordenador médico do Núcleo de Educação Permanente